ROSA CAÍDA.

rosa UMA ROSA CAÍDA OU DESFOLHADA, PODE PASSAR A SER PÉTALA MAS NUNCA DEIXA DE SER ROSA!

sábado, 15 de maio de 2010

Original é o poeta...


Original é o poeta


que se origina a si mesmo

que numa sílaba é seta

noutro pasmo ou cataclismo

o que se atira ao poema

como se fosse um abismo

e faz um filho ás palavras

na cama do romantismo.

Original é o poeta

capaz de escrever um sismo.



Original é o poeta

de origem clara e comum

que sendo de toda a parte

não é de lugar algum.

O que gera a própria arte

na força de ser só um

por todos a quem a sorte faz

devorar um jejum.

Original é o poeta

que de todos for só um.



Original é o poeta

expulso do paraíso

por saber compreender

o que é o choro e o riso;

aquele que desce á rua

bebe copos quebra nozes

e ferra em quem tem juízo

versos brancos e ferozes.

Original é o poeta

que é gato de sete vozes.



Original é o poeta

que chegar ao despudor

de escrever todos os dias

como se fizesse amor.

Esse que despe a poesia

como se fosse uma mulher

e nela emprenha a alegria

de ser um homem qualquer.



Ary dos Santos



domingo, 2 de maio de 2010

CORAÇÃO DE MÃE!

O coração de mãe não é apenas um músculo
 que bate sem parar.
É um lugar mágico onde acontecem as mais
 extraordinárias coisas...
O coração de mãe está ligado a cada coração
 de filho por um fio fininho, quase invisível.
E é por causa deste fio que tudo o que acontece
aos filhos faz acontecer alguma coisa dentro
do coração de mãe.
Quando os filhos dão gargalhadas,
o coração de mãe até dança.
Quando um filho está triste, o coração de mãe
parte-se em mil bocadinhos.
Quando um filho adoece, o coração de mãe
fica às pintinhas (e muito mais pequenino...)
Mas o coração de mãe volta a crescer quando
 o filho se sente finalmente melhor!
O coração de mãe fica branco (sem pinga de sangue)
 quando um filho dá um grande trambolhão.
O coração de mãe congela quando um filho
 se perde na multidão.
Quando não compreende os filhos, o coração
de mãe é como um novelo embaraçado.
No coração de mãe passa uma nuvem escura
quando um filho é mal educado.
 O coração de mãe ganha ferrugem
quando não vê um filho há muito tempo.
Mas quando chega a hora de ir buscar os
filhos à escola, parece um avião a jacto.
Quando o filho diz uma piada,
 o coração de mãe ilumina-se...
E lá dentro abre-se uma janela,
 sempre que um filho aprende uma palavra nova.
O coração de mãe é um vulcão (em erupção)
quando um filho faz um grande disparate...
Mas quando um filho precisa
 de ajuda é um sino que toca sem parar.
Aliás, quando querem fazer mal aos seus filhos, o
coração de mãe enche-se de garras e dentes afiados.
Quando chegam as férias, o coração de mãe
bate mais devagarinho, só porque os corações
 passam mais tempo juntos.
E nos dias de piqueniques, o coração de mãe
 é um passarinho.
E há um dia em que no coração de mãe nascem flores...
Quando descobre que vai nascer outro filho.
Afinal o coração de mãe não é apenas um muscúlo
 que bate sem parar.
É um lugar mágico onde acontecem as mais
extraordinárias coisas...
(do livro: Coração de mãe)
(uma surpresa da minha filha no Dia da Mãe)